sábado, 22 de junho de 2013

Dica de filme: "O sorriso de Mona Lisa"

  De volta ao blog depois de uma semana afastada, deixo aqui mais uma #SuperDica, só que desta vez de um filme que assisti na época em que eu ainda estava na Graduação e que gostei muito: "O sorriso de Mona Lisa" (2002). Este belíssimo filme com a estonteante Julia Roberts, ambientado na década de 50, conta a história de Katharine Watson (Julia Roberts) uma recém -graduada professora  que consegue emprego no conceituado Colégio Wellesley (instituição famosa por preparar jovens para a vida matrimonial e de dona de casa), para ministrar aulas de História da Arte. Entretanto seu trabalho na escola não será fácil, pois assim como o professor do filme "A Sociedade dos poetas mortos", Katharine também fica incomodada com o conservadorismo da sociedade e do próprio colégio em que trabalha, e inicia uma luta contra essas normas. Atitude esta que acaba inspirando suas alunas a enfrentarem os desafios da vida sem estar necessariamente à sombra de um homem, em uma sociedade marcada por paradigmas machistas da época. 



                                                                         #SuperDica

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Gustavo Adolfo Bécquer e suas belíssimas rimas

E no dia de hoje em que se celebra o Dia dos Namorados, eu não poderia deixar de comentar sobre um dos meus poetas favoritos: o mestre Gustavo Adolfo Bécquer e suas belíssimas rimas. Por tal motivo, compartilho o link de um resumo de minha autoria sobre este grandioso poeta, considerado um dos grandes nomes do "Romantismo Tardio" da Espanha.


#SuperDica

    E ainda compartilho algumas de suas bellísimas rimas:

I
Yo sé un himno gigante y extraño
que anuncia en la noche del alma una aurora,  

y estas páginas son de ese himno

cadencias que el aire dilata en las sombras.

Yo quisiera escribirle, del hombre
domando el rebelde, mezquino idioma,

con palabras que fuesen a un tiempo

suspiros y risas, colores y notas.

Pero en vano es luchar; que no hay cifra
capaz de encerrarle; y apenas, ¡oh, hermosa!,

si, teniendo en mis manos las tuyas,

pudiera, al oído, cantártelo a solas.



II
Saeta que voladora

cruza, arrojada al azar,

sin adivinarse dónde
temblando se clavará;


hoja que del árbol seca
arrebata el vendaval,

sin que nadie acierte el surco

donde a caer volverá;


gigante ola que el viento
riza y empuja en el mar,

y rueda y pasa, y no sabe

qué playa buscando va;



(...)
IV



No digáis que agotado su tesoro,

de asuntos falta, enmudeció la lira;

podrá no haber poetas; pero siempre
habrá poesía.


Mientras las ondas de la luz al beso


palpiten encendidas;

mientras el sol las desgarradas nubes

de fuego y oro vista;
mientras el aire en su regazo lleve


perfumes y armonías;

mientras haya en el mundo primavera,

¡habrá poesía!


Mientras la ciencia a descubrir no alcance


las fuentes de la vida,

y en el mar o en el cielo haya un abismo

que al cálculo resista;
mientras la humanidad siempre avanzando


no sepa a do camina;

mientras haya un misterio para el hombre,

¡habrá poesía!


Mientras sintamos que se alegra el alma,


sin que los labios rían;

mientras se llore sin que el llanto acuda

a nublar la pupila;
mientras el corazón y la cabeza


batallando prosigan;

mientras haya esperanzas y recuerdos,

¡habrá poesía!


Mientras haya unos ojos que reflejen


los ojos que los miran;

mientras responda el labio suspirando

al labio que suspira;
mientras sentirse puedan en un beso


dos almas confundidas,

mientras exista una mujer hermosa,

¡habrá poesía!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Dica de livro: "Por qué se ataca a la Gioconda" de Salvador Dalí

Resumo de minha autoria e escrito em Língua Espanhola sobre o livro "Por qué se ataca a la Gioconda" de Salvador Dalí. Dalí que foi um dos grandes representantes da pintura surrealista, mas que também se enveredou no mundo da literatura.  

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Dica de filme: "Hable con ella" e "Los abrazos rotos" de Pedro Almodóvar

      E aqui vai a minha terceira dica de filme: Hable con ella e Los abrazos rotos (2002), de Pedro Almodóvar. E por que tais filmes, e não Volver, Mala Educación, Mujeres al borde de un ataque de nervios, Todo sobre mi madre o La piel en que habito? Então, porque de todos estes filmes que já assisti deste famoso cineasta espanhol, Hable con ella e Los Abrazos rotos foram os que mais me emocionaram.
   Já indiquei duas produções hollywoodianas e achei que agora indicaria uma mexicana, devido o meu amor pelo México, porém, há alguns anos ando muito “flamenca”, muito “espanhola”, logo, não poderia deixar de mencionar pelo menos dois filmes espanhóis que me encantaram profundamente: por sua extrema carga poética em linguagem audiovisual e a presença de mulheres fortes, decididas, uma marca das produções de Almodóvar, um dos meus cineastas favoritos, depois de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez. Talvez seja o meu inconsciente que por tanto ter estudado a obra de um espanhol e que por tanto tempo ministrou aulas de tal idioma, acabou se interessando pela Espanha, por esse país tão enigmático. Ele tem um "q" que não entendo, que me intriga, que me atrai. 
    Mas vamos aos filmes, vale? Quanto ao premiadíssimo Hable con ella, Oscar de Melhor Roteiro Original (2003) e o Globo de Ouro para Melhor Filme Estrangeiro (2003), acredito que depois que cursei uma disciplina do Mestrado, “amor, paixão e ódio: as três paixões do ser” este filme veio à tona, afinal o que é amor? A paixão?  E o ódio? O que os une e os afasta? Há algum ponto de contato entre eles?No amor vale tudo?

Então, vamos ao primeiro filme, Hable con ella, que conta a história de dois personagens que não se conhecem, Benigno Martín (Javier Cámara) e Marco Zuluaga (Dario Grandinetti)  que se sentaram um do lado do outro, casualmente, numa sala de espetáculos para assistir “Café Muller” de Pina Bauch, interpretado pela própria. O filme já começa sob uma atmosfera de extrema poesia, com mulheres, se eu não me engano duas, vagueando por um café cheio de cadeiras, que parecem que vão tombar a qualquer momento, numa quase lenta agonia como se estivessem esperando a morte chegar.
Benigno é um dos enfermeiros responsáveis por uma paciente que está em coma profundo há vários anos (uma bailarina clássica de nome Alicia, interpretada por leonor Watling, que ele via ensaiar todos os dias, desde a janela de seu apartamento que dava de frente para o estúdio de ballet que ela dançava), e é nesse mesmo hospital que conhecerá Benigno que vela por sua namorada também em coma, a toureira Lydia Gonzáles (interpretada pela magnifica cantora espanhola Rosário Flores) que foi ferida por um touro em plena arena. 


   
Marco descobrirá do amor de Benigno por Alicia há anos, e também que sua própria namorada planejava deixá-lo para volta com um ex-namorado. Com isso, Almodóvar explora a relação entre o feminino e o masculino e o próprio amor, já que Benigno ao violar Alicia (em coma) a engravida, gera o feminino, mas com que direito? Alicia saí do coma, mas o bebê nasce morto, e Benigno na prisão, cumprindo pena pelo ato que havia feito em contra de Alicia, suicida-se ao ver que seu amor não é possível, enquanto que Marco assume a vida que sempre quis ter, apaixona-se por Alicia.


       Fica bem claro as questões morais que o filme levanta e que são de difícil resposta. O amor justifica o ato de Benigno? Seria ele um pervertido? E se Alice tivesse tomado conhecimento do que passou o teria perdoado? E Marco tinha o direito de se envolver com Alicia, vivendo a vida que Benigno sempre havia sonhado? A resposta fica a critério do espectador.
     


Já sobre Los Abrazos rotos, que assisti somente este ano em um canal de tv por assinatura, me emocionei muito com a história do escritor e ex diretor de cinema Mateo Blanc (Lluís Homar) que há 14 anos, na época em ainda usava o seu nome verdadeiro, e trabalhava como roteirista, teve um grave acidente em Lanzarote que lhe fez perder a visão e o seu grande amor, Lena (Penélope Cruz), uma atriz. Tamanho foi o seu pesar que ele passou a usar o nome e adotar a existência que tinha escolhido no mundo literário, Harry Caine, com o intuito de esquecer do seu passado como Mateo. Há um elemento chave: quando Lena morreu, deixou um filme inacabado, “Chicas y maletas”(uma espécie de auto-homenagem ao seu outro filme, Mujeres al borde de um ataque de nervios)  que fora estreado se a devida edição feita por Mateo, já que este e Lena haviam tido um caso, enquanto ela era casada com um dos empresários do filme, Ernesto Martel. Que para se vingar fez o filme estrear totalmente mal-editado. Entretanto, depois desses 14 anos, com a ajuda de sua antiga e fiel diretora de produção Judit Garcia (Portillo) e de Diego, filho desta, seu secretário, as tomadas devidamente corrigidas foram parar novamente nas mãos de Mareo, podendo fazer  jus aquela última obra, em que aparecia a sua querida amada Lena.


 

   Não há humor e intriga um marca nos filmes de Almodóvar, mas muito melodrama, o que talvez tenha me chamado a atenção e tenha feito com que eu gostasse muito deste filme, depois da decepção que para mim foi Volver. Sim, não gostei desse filme, mas sei que muitos o consideram uma obra- prima assim como Hable con ella. Entretanto, gosto é assim, não se discute, há que respeitar a opinião, como se fiz em espanhol "los gustos están para los colores", o que não se pode é nem ver determinado filme, nem ler determinado livro, por exemplo,  e já criticar, dizer que não gosta. Sempre opto por assistir e daí tirar a minha conclusão.


       Por tal motivo, indico não somente Hable con ella e Los Abrazos rotos, mas também os demais filmes de Almodóvar, apesar de dar destaque aos que mencionei neste post. Almodóvar é um grande cineasta que sempre traz mulheres protagonistas,  fortes, a intriga mas sem perder o humor, e por que não o melodrama mas sem parecer piegas. Sempre vejo no final de cada filme seu uma “moral”, melhor dizendo, uma reflexão sobre o que foi contado ao longo da obra.



Fica aqui mais esta #SuperDica.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Dica de livro: Rivera, de Andrea Kettenmann

 Rivera, de Andrea Kettenmann é a minha dica de livro desta semana. Alguns posts atrás, eu falei um pouco sobre a grandiosa Frida Kahlo, uma das minhas pintoras favoritas, e agora comento também sobre o gênio Diego Rivera (1886-1957), um dos meus pintores favoritos. 


  Comprei o livro Rivera há alguns anos, pois sempre me interessei muito pela cultura e pela história mexicana,   principalmente a pré-colombina (tão bem retratada por Diego em seus murais), logo, não poderia deixar de ter em mãos este livro que apresenta grande parte das obras de Diego Rivera. 
  Uma obra que se divide em uma fase “Estridentista” ( movimento vanguardista mexicano que trazia a cultura popular e de massa do país dos anos de 1920, ao mesmo tempo que assimilava influências de outras vanguardas como o futurismo, o cubismo e o dadaísmo), e posteriormente, e a que obteve mais êxito e projeção internacional, a sua fase “Muralista”, sendo um dos principais nomes deste movimento que se deu no México, Pós-Revolução Mexicana.


   Mas o que foi o Muralismo Mexicano? Para explicá-lo, preciso comentar brevemente sobre a Revolução Mexicana (inicio em 1910 e término, possivelmente em 1917 com a proclamação da Constituição do México) que foi uma luta do povo contra os seus exploradores, contra os resíduos do colonialismo e contra os grandes latifundiários herdeiros dos conquistadores espanhóis. Desde o primeiro momento estiveram na luta os intelectuais progressistas e os artistas, que queriam devolver o esplendor da antiga civilização brutalmente massacrada e, ao mesmo tempo, fazer do México uma nação moderna. Com o término da Revolução, os primeiros governos buscaram a colaboração de artistas para a formação cultural do povo. Pela primeira vez com a ajuda do governo, um movimento artístico, o Muralismo Mexicano, desenvolvia-se com uma orientação ideológica precisa: eles queriam que a arte moderna despertasse no povo a criatividade da antiga cultura mexicana tão rica em detalhes. Para isso escolheram as formas mais apropriadas para colocar essas obras dos artistas ao alcance de todos: os grandes murais e gravuras.


   Houve outros pintores como José Clemente Orozco, que também tem uma vastíssima e belíssima obra que vale a pena conhecer, entretanto, destaco Diego Rivera e seus murais espalhados não só em sua terra natal mas pelo mundo.
    Voltando ao livro de Andrea Kettenmann, ele se divide em 7 capítulos, no qual mostra o ciclo de vida do artista, desde o seu nascimento até a sua morte.
    Se você ama a arte, fica mais esta #SuperDica!


segunda-feira, 3 de junho de 2013

Super Dica de filme: "Sociedade dos poetas mortos"

Hoje vou indicar o filme "Sociedade dos poetas mortos" lançado em 1989, um pouco já antigo, mas que continua sendo muito atual e que adoro assisti-lo sempre que é transmitido na tv, pois como professora, ela me dá muita inspiração de seguir com um trabalho como o de este professor do filme.
O filme é ambientado no ano de 1959, na Welton Academy, uma tradicional escola preparatória, um ex-aluno (Robin Williams) se torna o novo professor de literatura. Entretanto, nem tudo são flores, pois os seus métodos inovadores de incentivar os alunos a pensarem por si mesmos, a se tornaram reflexivos, cria um choque com a tradicionalíssima direção do colégio, principalmente quando ele fala aos seus alunos sobre a "Sociedade dos Poetas Mortos".Uma espécie de reunião, de encontro entre alunos, no qual se lê e discute diversas obras literárias, justamente incentivando os alunos a pensarem, a refletir sobre a literatura e sobre a sua própria vida. 
   "Sociedade dos poetas mortos" de certo modo critica a pedagogia tradicional, pautada em métodos repetitivos e na figura central do professor que literalmente "bombardeia" os alunos com inúmeras informações sobre determinado conteúdo a ser ensinado, e sem permitir a voz dos alunos, a sua participação também ativa no processo de ensino-aprendizagem. 
   O filme fala de uma Educação com "E" em maiúsculo, onde o aluno é capaz de aprender a pensar, a refletir e, mais que isso, sentir a vida como um presente, como um momento mágico. Os alunos da escola Welton Academy eram completamente desmotivados e com a chegada deste inovado professor eles mudam completamente, demonstrando a importância do professor como Educador, como aquele que não somente ensina determinado conteúdo mas educa para a vida, ajuda os alunos a se tornarem cidadãos, conscientes de seu papel no mundo em que vivem.
Fica aqui essa #SuperDica !