"A identidade cultural na Pós-Modernidade" de Stuart Hall, chegou em minha vida quando eu ainda era aluna do mestrado em Literatura Portuguesa, e desde então, o livro em questão, tornou-se um dos meus favoritos que abordam de maneira clara e precisa a Pós-Modernidade. Posteriormente, com toda certeza, comentarei sobre dois livros de outro autor muito conhecido sobre o mesmo tema, Bauman, pois tanto este quanto aquele, são fundamentais aos que se interessam pelos estudos pós-modernos ou simplesmente, aos que gostam de entender esse mundo tão plural, tão "líquido" no qual vivemos.
O livro de Stuart Hall se divide em 6 capítulos: "A identidade em questão"; "Nascimento e morte do sujeito moderno"; "As culturas nacionais como comunidades imaginadas"; " Globalização"; "O Global, o local, e o retorno da etnia" e "Fundamentalismo, diáspora e hibridismo". Entretanto, não pretendo comentar capítulo por capítulo, ao contrário, somente identificar os pontos mais importantes sobre a noção de pós-modernidade e de seu sujeito fragmentado.
Hall comenta sobre três concepções de identidade: a do sujeito do Iluminismo, baseada em um sujeito totalmente centrado, racional; a do sujeito sociológico, um sujeito interativo, que tinha um núcleo interior mas com uma interação com o exterior; e da sujeito pós-moderno, um sujeito fragmentado, não como uma identidade única mas várias, algumas vezes contraditórias ou não -resolvidas.
E por que aconteceu o descentramento do sujeito? Segundo o autor, teria ocorrido pelos estudos marxistas, plasmado na concepção de que "Tudo o que é sólido se desmancha no ar"; pelos estudos do inconsciente de Freud e do "grande outro" de Lacan; pelos estudos de Saussure, de como a linguagem determina o nosso ser, pois você nasce com um discurso sobre a sua história, forma sua identidade linguística e cultural; e o aparecimento, nos anos 60 da política da identidade ligada ao feminismo, o lugar da mulher na sociedade. Uma natural contestação política em prol de ocupar espaços até então não destinados ao seu lugar comum, que seria cuidar da casa, dos filhos e do marido, de uma total submissão. Este último, pode ser considerado talvez o mais importante propulsor do descentramento do sujeito, pois para Hall (2006, p.45-46):
"Mas o feminismo teve também uma relação mais direta com o descentramento conceitual do sujeito cartesiano e sociológico: Ele questionou a clássica distinção entre o 'dentro' e o 'fora', o 'privado' e o 'público'. O slogan do feminismo era: ' o pessoal é político'. Ele abriu, portanto, para a contestação política, arenas inteiramente novas de vida social: a família, a sexualidade, o trabalho doméstico, a divisão doméstica do trabalho, o cuidado com as crianças, etc. Ele também enfatizou, como uma questão política e social, o tema da forma como somos formados e produzidos como sujeitos generificados. Isto é, ele politizou a subjetividade, a identidade e o processo de identificação (como homens/mulheres, mães/pais, filhos/filhas). Aquilo começou como um movimento dirigido à contestação da posição social das mulheres expandiu-se para incluir a formação das identidades sexuais e de gênero. O feminismo questionou a noção de que os homens e as mulheres eram parte da mesma identidade, a 'Humanidade' substituindo-a pela questão da diferença sexual".
Hall ainda trabalha, algumas vezes durante o texto, com a nomenclatura de modernidade tardia ao invés de pós-modernismo, ou de "modernidade líquida", denominação utilizada por Bauman.
Ressalvo também o capítulo sobre as culturas nacionais como comunidades imaginárias, e o utilizo para uma reflexão de como a literatura está escrevendo essa problematização do espaço, um espaço que está vazio e não se configurou, como vemos, por exemplo, no romance de Saramago "A jangada de pedra", onde a península ibérica se desloca e os personagens resolvem conhecê-la, viajar por ela.
E as considerações de Hall sobre a Globalização, que retoma a voz de Giddens (1990,p.64) no qual este fenômeno "implica um movimento de distanciamento da ideia sociológica clássica da 'sociedade' como um sistema delimitado e sua substituição por uma perspectiva que se concentra na forma como a vida social está ordenada ao longo do tempo e do espaço." E como consequência da Globalização há a desintegração das identidades nacionais, pelo crescimento da homogeneização cultural e do pós-moderno global; as identidade nacionais e outros identidades locais que acabam sendo reforçadas pela resistência à globalização, e o declínio das identidades nacionais e surgimento de novas identidades, as identidades híbridas, onde o mundo já não é visto mais como grande, mas muito menos, pelo encurtamento das distâncias, a exemplo, das notícias que agora chegam a tempo e a hora, pela crescimento e desenvolvimento cada vez mais das novas tecnologias e da internet.
Por este breve comentário, fica a #SuperDica, deste livro tão importante para os estudos pós-modernos, e que tenta explicar de maneira clara e precisa o nosso mundo tão heterogêneo e tão próximo ao mesmo tempo. (pelo encurtamento das distâncias)
E por que aconteceu o descentramento do sujeito? Segundo o autor, teria ocorrido pelos estudos marxistas, plasmado na concepção de que "Tudo o que é sólido se desmancha no ar"; pelos estudos do inconsciente de Freud e do "grande outro" de Lacan; pelos estudos de Saussure, de como a linguagem determina o nosso ser, pois você nasce com um discurso sobre a sua história, forma sua identidade linguística e cultural; e o aparecimento, nos anos 60 da política da identidade ligada ao feminismo, o lugar da mulher na sociedade. Uma natural contestação política em prol de ocupar espaços até então não destinados ao seu lugar comum, que seria cuidar da casa, dos filhos e do marido, de uma total submissão. Este último, pode ser considerado talvez o mais importante propulsor do descentramento do sujeito, pois para Hall (2006, p.45-46):
"Mas o feminismo teve também uma relação mais direta com o descentramento conceitual do sujeito cartesiano e sociológico: Ele questionou a clássica distinção entre o 'dentro' e o 'fora', o 'privado' e o 'público'. O slogan do feminismo era: ' o pessoal é político'. Ele abriu, portanto, para a contestação política, arenas inteiramente novas de vida social: a família, a sexualidade, o trabalho doméstico, a divisão doméstica do trabalho, o cuidado com as crianças, etc. Ele também enfatizou, como uma questão política e social, o tema da forma como somos formados e produzidos como sujeitos generificados. Isto é, ele politizou a subjetividade, a identidade e o processo de identificação (como homens/mulheres, mães/pais, filhos/filhas). Aquilo começou como um movimento dirigido à contestação da posição social das mulheres expandiu-se para incluir a formação das identidades sexuais e de gênero. O feminismo questionou a noção de que os homens e as mulheres eram parte da mesma identidade, a 'Humanidade' substituindo-a pela questão da diferença sexual".
Hall ainda trabalha, algumas vezes durante o texto, com a nomenclatura de modernidade tardia ao invés de pós-modernismo, ou de "modernidade líquida", denominação utilizada por Bauman.
Ressalvo também o capítulo sobre as culturas nacionais como comunidades imaginárias, e o utilizo para uma reflexão de como a literatura está escrevendo essa problematização do espaço, um espaço que está vazio e não se configurou, como vemos, por exemplo, no romance de Saramago "A jangada de pedra", onde a península ibérica se desloca e os personagens resolvem conhecê-la, viajar por ela.
E as considerações de Hall sobre a Globalização, que retoma a voz de Giddens (1990,p.64) no qual este fenômeno "implica um movimento de distanciamento da ideia sociológica clássica da 'sociedade' como um sistema delimitado e sua substituição por uma perspectiva que se concentra na forma como a vida social está ordenada ao longo do tempo e do espaço." E como consequência da Globalização há a desintegração das identidades nacionais, pelo crescimento da homogeneização cultural e do pós-moderno global; as identidade nacionais e outros identidades locais que acabam sendo reforçadas pela resistência à globalização, e o declínio das identidades nacionais e surgimento de novas identidades, as identidades híbridas, onde o mundo já não é visto mais como grande, mas muito menos, pelo encurtamento das distâncias, a exemplo, das notícias que agora chegam a tempo e a hora, pela crescimento e desenvolvimento cada vez mais das novas tecnologias e da internet.
Por este breve comentário, fica a #SuperDica, deste livro tão importante para os estudos pós-modernos, e que tenta explicar de maneira clara e precisa o nosso mundo tão heterogêneo e tão próximo ao mesmo tempo. (pelo encurtamento das distâncias)
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